Nascimento do Pedro: Um Parto cheio de significado

Relato de parto Gleice – Nascimento de Pedro

03/12/2024

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Meu relato de parto do Pedro, começa muito antes da chegada dele.

O parto do Pedro teve influências da minha primeira experiência, no parto da Helena, que resumidamente, foi um parto muito estudado, planejado, com uma equipe de confiança, hospitalar. Um parto em que venci barreiras psicológicas e heranças que carregava e que a chegada da Helena me fez romper com crenças e percepções psicológicas.

E também teve influências do parto do José que por circunstâncias da vida e vontade de Deus, acabei tendo o José em casa sem equipe, sem “suporte”.

Foi um parto rápido, onde eu vivi uma experiência única de entrega total a Deus, uma experiência espiritual que não tenho palavras para descrever, mas humanamente falando, foi um parto em que tive muito medo, me senti muito sozinha e de aIgum modo, desamparada. A minha fé foi capaz de transcender todo o sentimento humano mas aquilo ficou registrado em mim de algum modo.

Quando engravidei do Pedro, eu e meu marido decidimos por pesquisar sobre partos domiciliares, afinal já havíamos ganhado o José em casa, porque iríamos para um hospital se sabíamos que seria possível ter em casa e agora com tudo planejado.

Fomos em busca da equipe, nos preparamos, mantive o pré natal (dessa vez com uma nova obstetra pois a minha antiga havia se mudado) então seria tudo novo, obstetra nova, equipe nova e em uma nova perspectiva, o parto domiciliar. O que por muito tempo eu não cogitava viver, estava eu lá, aprendendo sobre parto domiciliar.

Com 38 semanas, numa segunda feira as 18h a bolsa rompeu, avisei a equipe, bolsa rota, novamente, aí aí aí, a Helena havia sido bolsa rota, 24 horas após a bolsa romper que ela nasceu, como seria isso agora, paguei a equipe domiciliar e será que ainda teria que ir para o hospital, depois de tudo que fiz, tipo… nadei e morri na praia… respira Gleice, cada parto é diferente, não entra em desespero ainda, mantenha a calma, confia em Deus, se lança no abismo e segue o barco.

Tudo seguiu conforme nossa rotina normal, não queria criar nenhum alarde para as crianças, voltamos da missa, demos janta, banho, rotina normal.

Neste tempo a Raquel chegou, me examinou, orientou e me ajudou a ficar calma pois estava tudo se encaminhando bem.

Fiquei aliviada quando fizemos as crianças dormirem, ufa, vamos lá..

Tomei um banho, conversei um pouco com o Bruno, já eram 23h quando a Renata chegou, minha amiga que ajudaria com as crianças.

Conversamos, rimos, choramos e rezamos. Foi simples, tranquilo e no fundo eu só pedia que Deus me ajudasse, vivi uma profunda experiência com Nossa Senhora, que me carregou no colo.

Decidimos dormir e esperar, as contrações estavam vindo, as vezes uma cólica mais forte mas nada ritmado.

Dormimos e quando foi 2h, acordei com contrações próximas, bem doidas, que não me deixavam mais dormir, parecia que eu precisava levantar para ajudar a gravidade.

Chamei o Bruno e fui para o banho, ali fiquei até umas 3h30 mais ou menos, nessa hora já não lembro muito bem a ordem que as coisas aconteceram, as dores foram ficando mais intensas e eu pedi que o Bruno chamasse a equipe, não lembro ao certo que horas elas chegaram, mas foi muito rápido.

Ficamos ali, em silêncio, em oração, em meio a uma contração e outra, eu tentava respirar e me ajudou muito a ter uma consciência corporal e uma percepção muito clara do que estava ocorrendo no meu corpo.

As dores foram ficando muito forte e em algum momento eu me descontrolei, lembra que comentei acima, que criei uma ideia do parto sem dor?!

Então, nesta hora as dores foram ficando mais fortes e eu já não conseguia tanto controlar a respiração, foi me dando um desespero, neste momento veio o medo, algo em mim, me conectou com o parto que havia tido do José, o desamparo, só pedi para a equipe ficar por perto neste momento, a Raquel me perguntou se eu estava com medo e eu comecei a chorar, percebi que sim, eu estava com medo, medo de ficar sozinha, de não ter alguém ali só me dizendo que estava tudo bem e que ia dar tudo certo, que já estava acabando.

Não sei dizer exatamente quanto tempo entre o momento em que achei que não iria mais conseguir até o momento exato do parto, mas creio que pouco tempo.

Enquanto estava no chuveiro, a Raquel me disse algo que foi muito determinante para tudo fazer sentido dentro de mim.

Me disse que eu estava muito consciente de tudo o que estava acontecendo e de fato eu estava. Este foi um parto muito consciente, sóbrio.

Naquele momento, foi como se todas as peças, dos três partos, se alinhassem.

Foi como se eu compreendesse um pouquinho do processo pedagógico de Deus em minha vida. De fato, estava psicológica, espiritual e fisicamente consciente.

E assim o Pedro nasceu, num parto domiciliar planejado, simples, rápido, na presença de pessoas especiais e principalmente perto dos meus filhos (que dormiam no quarto ao lado).

Quando acordaram foram conhecer o irmãozinho e a vida foi entrando no seu novo percurso.

Só tenho a agradecer por toda equipe, em especial pela Raquel e pela Ana Rita, que foram execelentes, ganhamos duas amigas em nossa família.

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